O espírito e a ciência são as duas grandes abordagens à Verdade. Ambas procuram a verdade acerca de nós e do universo, são dois lados da mesma moeda.
Voltemos 3000 anos atrás, para a Antiga Grécia. Os filósofos formulavam Grandes Questões como “por que estamos aqui? O que devemos fazer das nossas vidas?” Desenvolveram também a teoria do átomo, estudaram os movimentos celestes e procuraram princípios universais de comportamento ético.
Durante centenas de anos o único estudo dos céus era a astrologia. Desta proveio a moderna astronomia. Desta provieram a matemática e a física. A alquimia, a busca pela transmutação e pela imortalidade, geraram a ciência da química que mais tarde se especializou em física de partículas e biologia molecular. A busca pela imortalidade é hoje feita por bioquímicos do ADN.
O mundo em que as pessoas acreditavam antes da revolução científica estava vivo. Na China, as pessoas viam o mundo como uma interacção dinâmica de forças de energia em fluxo constante. Nada é fixo e estático; tudo flui, muda ou nasce sempre. As pessoas do ocidente acreditavam que o mundo em geral exprimia a vontade e a inteligência de um Divino Criador. Os seus componentes estavam unidos por uma “Grande Cadeia do Ser”, desde Deus e os anjos ao homem, animais, plantas e minerais, cada um com um lugar próprio num todo vivo. Nada estava sozinho, todas as partes estavam relacionadas umas com as outras.
No século XVII saímos de um período em que víamos o universo como uma entidade viva e vibrante, para um em que vemos o mundo como uma máquina. Descartes e Newton solidificaram este conceito ao usar a ciência e a matemática para descrever um mundo não vivo de objectos inanimados. Fizeram alguns cálculos muito bonitos e aumentaram a nossa compreensão dos sistemas não vivos. Descartes via o mundo como uma máquina. Interessava-se muito por relógios. O problema é que ele e os outros primeiros cientistas aplicavam o modelo de um relógio ou de um soldadinho mecânico aos sistemas vivos. A ideia era que se compreendêssemos as partes, os diferentes componentes do sistema suficientemente bem, compreenderíamos como o sistema inteiro funciona. Isso pode ser verdade para um relógio, mas o problema é que nós não somos de todo uma máquina, nem um relógio, nem um soldadinho mecânico.
Se a ciência e o espírito investigam a natureza da realidade ilimitada – e obviamente quanto mais ilimitada é, mais perto da realidade – irão certamente cruzar os seus caminhos. As escrituras mais antigas, os Vedas, falam de um mundo físico como uma ilusão, maya. A física quântica diz que a realidade não é como a vemos; pelo contrário, na melhor das hipóteses é vazia, mas é mais como ondas de um nada insubstancial. Os budistas tibetanos falam de tudo como uma “origem interdependente”. Na física existe o entrelaçamento que diz que todas as partículas estão ligadas, e que sempre o estiveram desde o Big Bang (onde aliás se entrelaçaram). E temos ainda mais poeticamente o famoso “koan” Zen: “Qual é o som de uma mão a bater palmas?”, traduzido na questão física: ”Como pode uma partícula estar em dois lugares ao mesmo tempo?”. Profissionais de ambos lados da cerca escavaram já as suas respectivas disciplinas, no entanto, a história do progresso humano demonstra que a evolução acontece incluindo áreas cada vez mais abrangentes de estudo e integrando-as.
À medida que a ciência estudava cada vez mais intensamente o universo morto, tropeçou, e revelou um mistério. No inicio do séc. XX, a influência do materialismo estava a ser posta em causa por cientistas com Albert Einstein, Niels Bohr, Werner Heisenberg, Erwin Schrödinger e outros fundadores da teoria quântica, que disseram ao mundo: se sondarmos suficientemente fundo a matéria, esta desaparece e dissolve-se em energia insondável. Se seguirmos Galileu e o descrevermos matematicamente, afinal o universo não é nada material! O universo físico é essencialmente não-fisico, e pode surgir de um campo ainda mais subtil do que a energia, um campo que se assemelha mais a informação, inteligência ou consciência do que a matéria.
Muitos cientistas têm crenças pessoais e privadas que desenvolveram por causa da sua experiência, mas não falam delas em público porque em público, pelo menos no mundo académico, não se deve falar nisso. E esta é uma das áreas académicas onde este tabu não só é forte, como persiste há pelo menos um século. Existem muitos académicos distinguidos nos seus campos – psicologia, neurociência cognitiva, neurociências básicas, física... muito, muito interessados, em privado, em fenómenos psíquicos. Alguns deles estão a ter resultados de sucesso nas suas experiências, baseadas no método científico. Porque não ouvimos falar disso? Porque a cultura do mundo académico diz que não se pode.
Voltemos 3000 anos atrás, para a Antiga Grécia. Os filósofos formulavam Grandes Questões como “por que estamos aqui? O que devemos fazer das nossas vidas?” Desenvolveram também a teoria do átomo, estudaram os movimentos celestes e procuraram princípios universais de comportamento ético.
Durante centenas de anos o único estudo dos céus era a astrologia. Desta proveio a moderna astronomia. Desta provieram a matemática e a física. A alquimia, a busca pela transmutação e pela imortalidade, geraram a ciência da química que mais tarde se especializou em física de partículas e biologia molecular. A busca pela imortalidade é hoje feita por bioquímicos do ADN.
O mundo em que as pessoas acreditavam antes da revolução científica estava vivo. Na China, as pessoas viam o mundo como uma interacção dinâmica de forças de energia em fluxo constante. Nada é fixo e estático; tudo flui, muda ou nasce sempre. As pessoas do ocidente acreditavam que o mundo em geral exprimia a vontade e a inteligência de um Divino Criador. Os seus componentes estavam unidos por uma “Grande Cadeia do Ser”, desde Deus e os anjos ao homem, animais, plantas e minerais, cada um com um lugar próprio num todo vivo. Nada estava sozinho, todas as partes estavam relacionadas umas com as outras.
No século XVII saímos de um período em que víamos o universo como uma entidade viva e vibrante, para um em que vemos o mundo como uma máquina. Descartes e Newton solidificaram este conceito ao usar a ciência e a matemática para descrever um mundo não vivo de objectos inanimados. Fizeram alguns cálculos muito bonitos e aumentaram a nossa compreensão dos sistemas não vivos. Descartes via o mundo como uma máquina. Interessava-se muito por relógios. O problema é que ele e os outros primeiros cientistas aplicavam o modelo de um relógio ou de um soldadinho mecânico aos sistemas vivos. A ideia era que se compreendêssemos as partes, os diferentes componentes do sistema suficientemente bem, compreenderíamos como o sistema inteiro funciona. Isso pode ser verdade para um relógio, mas o problema é que nós não somos de todo uma máquina, nem um relógio, nem um soldadinho mecânico.
Se a ciência e o espírito investigam a natureza da realidade ilimitada – e obviamente quanto mais ilimitada é, mais perto da realidade – irão certamente cruzar os seus caminhos. As escrituras mais antigas, os Vedas, falam de um mundo físico como uma ilusão, maya. A física quântica diz que a realidade não é como a vemos; pelo contrário, na melhor das hipóteses é vazia, mas é mais como ondas de um nada insubstancial. Os budistas tibetanos falam de tudo como uma “origem interdependente”. Na física existe o entrelaçamento que diz que todas as partículas estão ligadas, e que sempre o estiveram desde o Big Bang (onde aliás se entrelaçaram). E temos ainda mais poeticamente o famoso “koan” Zen: “Qual é o som de uma mão a bater palmas?”, traduzido na questão física: ”Como pode uma partícula estar em dois lugares ao mesmo tempo?”. Profissionais de ambos lados da cerca escavaram já as suas respectivas disciplinas, no entanto, a história do progresso humano demonstra que a evolução acontece incluindo áreas cada vez mais abrangentes de estudo e integrando-as.
À medida que a ciência estudava cada vez mais intensamente o universo morto, tropeçou, e revelou um mistério. No inicio do séc. XX, a influência do materialismo estava a ser posta em causa por cientistas com Albert Einstein, Niels Bohr, Werner Heisenberg, Erwin Schrödinger e outros fundadores da teoria quântica, que disseram ao mundo: se sondarmos suficientemente fundo a matéria, esta desaparece e dissolve-se em energia insondável. Se seguirmos Galileu e o descrevermos matematicamente, afinal o universo não é nada material! O universo físico é essencialmente não-fisico, e pode surgir de um campo ainda mais subtil do que a energia, um campo que se assemelha mais a informação, inteligência ou consciência do que a matéria.
Muitos cientistas têm crenças pessoais e privadas que desenvolveram por causa da sua experiência, mas não falam delas em público porque em público, pelo menos no mundo académico, não se deve falar nisso. E esta é uma das áreas académicas onde este tabu não só é forte, como persiste há pelo menos um século. Existem muitos académicos distinguidos nos seus campos – psicologia, neurociência cognitiva, neurociências básicas, física... muito, muito interessados, em privado, em fenómenos psíquicos. Alguns deles estão a ter resultados de sucesso nas suas experiências, baseadas no método científico. Porque não ouvimos falar disso? Porque a cultura do mundo académico diz que não se pode.