O Espiritismo Moderno
Os vivos só começaram a relacionar-se com os mortos quando duas meninas asseguraram que falavam com eles através de pancadas.
Aconteceu em 31 de Março de 1848, em Hydesville, uma pequena aldeia perto da cidade de Rochester, no Norte do estado de Nova Iorque.
O fenómeno. Na quinta isolada da família Fox, ouviam-se misteriosas pancadas provenientes do quarto onde dormiam o casal e as suas duas filhas menores, Katie (11 anos) e Maggie (nove). O som surgia em resposta a perguntas colocadas pelas meninas e pela mãe. Nessa noite, esta perguntou: "És um espírito?" Ouviram-se três pancadas nítidas e secas, que interpretaram como sendo um "sim": acabava de nascer a comunicação com os mortos. O espírito afirmou chamar-se Charles Brian Rosma; fora em vida vendedor ambulante e pai de cinco filhos. Aparentemente, fora assassinado por um vizinho malvado e enterrado na arrecadação da casa.
A fraude. A notícia espalhou-se rapidamente. A família Fox emigrou para Rochester, onde vivia uma irmã mais velha, Leah, de 35 anos. O espírito de Brian acompanhou-os. Dali, as irmãs Maggie e Katie, sabiamente dirigidas por Leah, iniciaram uma digressão triunfal por todo o país. Por onde passavam, surgiam novos médiums.
A explicação. É esta a origem do espiritismo moderno e assinala o começo das denodadas tentativas para estudar cientificamente os fenómenos paranormais. O absurdo da situação é que se tratou de uma fraude admitida. As meninas queriam apenas assustar a mãe, mas a brincadeira ultrapassou os seus planos. Foi a irmã, Leah, que as obrigou, ao aperceber-se da possibilidade de negócio, a prosseguir com a farsa. Foi o que declarou Margaret Fox numa entrevista publicada pelo New York Herald em 1888: "Vou contar-vos o espiritismo desde a sua verdadeira fundação. Quando isto começou, Katie e eu éramos crianças. Essa velha que é a nossa irmã servia-se de nós nas exibições e as receitas eram para ela." E terminou dizendo: "O espiritismo é, do princípio ao fim, o maior embuste do século." Na noite de 21 de Outubro do mesmo ano, na Academia de Música de Nova Iorque, perante centenas de testemunhas e repórteres de todos os jornais da cidade, Margaret reproduziu as pancadas dos espíritos... ao fazer estalar o dedo grande do pé! As mensagens das almas penadas não eram mais do que estalidos de ossos. Ofendidos, os espíritas lançaram uma campanha contra elas e só se detiveram quando elas se retractaram.
A Cirurgia Psíquica
Afirmam que operam ao introduzir os dedos no interior do corpo do paciente, sem fazer qualquer incisão, e extraem pedaços de carne doente no meio de um abundante derramamento de sangue.
Nas décadas de 1960 e 70, estes curandeiros, maioritariamente filipinos, adquiriram grande fama.
O fenómeno. Diziam poder operar com as mãos nuas e extirpar os tecidos responsáveis pela doença, sem anestesia e sem deixar cicatrizes.
A fraude. Muitos caíram nas mãos dos farsantes depois de verem programas como o que foi transmitido, nos Estados Unidos, pela NBC. Face às críticas, os responsáveis da cadeia de televisão alegaram que nunca teriam imaginado que alguém levasse aquilo a sério. Todavia, o actor britânico Peter Sellers viajou até às Filipinas durante três anos para ser operado por cirurgiões psíquicos e morreu de um ataque cardíaco por ter desobedecido aos seus médicos. Outro que mordeu o anzol foi o actor norte-americano Andy Kaufman. Morreu em 1984, de cancro do pulmão, aos 35 anos. A fama dos vigaristas sofreu um golpe nos anos 80, depois de um dos mais conhecidos, Tony Agpaoa (condenado por fraude nos Estados Unidos), ter morrido de ataque de coração. Nenhum dos seus colegas conseguiu curá-lo.
A explicação. A técnica consiste em manter oculto na palma da mão um saquinho que contém sangue ou um corante e vísceras de animais. A bolsa é rasgada com a unha para a visão do sangue distrair a atenção dos presentes. A ilusão de introduzir a mão no ventre ou no peito do paciente é conseguida dobrando os dedos de forma a que os nós apertem com firmeza essa zona do corpo. O efeito visual é impressionante.
O Santo Sudário
A imagem que surge numa peça de linho de um homem aparentemente crucificado é identificada como Jesus de Nazaré.
O sudário que está guardado em Turim é um dos maiores e mais famosos ícones da Igreja Católica.
O fenómeno. Alega-se que se trata do pano que envolveu Cristo no sepulcro. A prova da tridimensionalidade da imagem, argumento utilizado para defender a sua autenticidade, foi publicada na Applied Optics em 1984. Um homem foi colocado diante de uma cópia do tecido para se medir a distância dos traços em treze pontos, a fim de estabelecer uma correlação entre as manchas do sudário e a forma do corpo.
A fraude. Não foi possível fazer coincidir a figura do rosto e a cabeça com o modelo humano. Alguns pontos distorciam o resultado, pelo que foram eliminados. Como a correlação não funcionava, modificaram os valores de forma a ficarem enquadrados. A olho nu, é possível observar anomalias na anatomia que surge na peça de linho: assimetria facial, um crânio deformado, pernas e tornozelos numa posição impossível. As costas, anormalmente planas, e os braços e dedos, demasiado compridos, são sintomáticos de uma doença do tecido conjuntivo conhecida por "síndroma de Marfan". Além disso, a cabeça sangra de forma irreal, em finos filamentos.
A explicação. Em 1978, o microanalista Walter McCrone estudou amostras do sudário e descobriu, nas presumíveis manchas de sangue, vestígios de pigmentos utilizados por artistas medievais. Por outro lado, o teste de carbono 14 fez os especialistas estimar que o lençol foi feito entre 1260 e 1390, o que coincide exactamente com a primeira aparição da relíquia.
Cinco Grandes Lendas Urbanas
"A única construção humana visível do espaço é a Grande Muralha da China." Nos arquivos da NASA que contêm imagens do nosso planeta captadas pelo vaivém espacial, é possível ver aeroportos, auto-estradas, pontes, barragens... Curiosamente, a Grande Muralha é praticamente invisível, pois foi construída com materiais da mesma cor do solo.
"Apenas utilizamos 10 por cento do cérebro." Este mito serve para demonstrar a existência de poderes mentais. Ninguém usa todo o cérebro em simultâneo, tal como não activamos todos os músculos ao mesmo tempo, mas os scanners revelam que recorremos a toda a massa cinzenta ao longo do dia.
"As unhas e os pêlos dos mortos continuam a crescer." Trata-se de uma ilusão óptica. Depois da morte, a pele retrai-se e deixa à vista a parte interna das unhas e dos pêlos. Para evitar esse efeito, as agências funerárias recorrem a cremes que aplicam nos cadáveres.
"Num lavabo do hemisfério sul, a água gira em sentido contrário." E habitualmente utilizado como exemplo da força de Coriolis, que surge quando o observador se encontra num sistema rotativo, como o da Terra. Todavia, essa força só é perceptível a grandes distâncias e durante longos períodos de tempo, pelo deve ser tomada em consideração quando se decide o rumo de voos intercontinentais, e não nos lavabos (nem, já agora, nos copos).
"Há um rosto esculpido em Marte." Desde que foi descoberto o rosto marciano nas fotos captadas, em 1976, pela missão Viking, muitos postularam a existência de civilizações desconhecidas no Planeta Vermelho. Os planetólogos defendem que se trata de um jogo de luz e sombras, aliada à nossa tendência para observar padrões, como acontece com as formas que vemos nas nuvens. As missões posteriores enviadas a Marte demonstraram que, se a montanha for fotografada com o Sol numa posição diferente no céu, a cara desaparece.
Um comentário:
foram buscar à super interessante...tenho essa revista com esse artigo
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