A prática da magia requer aprendizagem (pelo iniciado, pelo xamã, pelo sacerdote, etc.) de diversas técnicas de autocontrolo mental, como a meditação e a visualização. Franz Bardon, proeminente mago do séc. XX, afirmava que tais exercícios têm como objectivo equilibrar os quatro elementos presentes na psique do mago, condição indispensável para que o praticante pudesse envolver-se com energias mais subtis, como a evocação e a invocação de entidades, espíritos e elementos (seres da Natureza), dentro do seu círculo mágico de protecção. Outras práticas mágicas incluem rituais como o de iniciação, o de consagração das armas mágicas, a projecção astral, rituais festivos pagãos de celebração, manipulação de símbolos e outros com objectivos particulares.
O mundo da magia é vasto de tal modo que existem muitos tipos de magia:
• Magia Contemporânea e Teosofia: A magia contemporânea encontra raízes no trabalho de iniciados como Eliphas Levi e Papus. A Teosofia tem como um dos seus fundadores Helena Petrovna Blavatsky, que foi buscar ao oriente a fonte do seu sistema filosófico. Este sistema não se apresenta exactamente como os sistemas utilizados pelos estudiosos de magia, mas, antes, pretende transmitir o conhecimento esotérico universal que estaria contido em toda e qualquer tradição filosófica ou religiosa. Blavatsky considera, por exemplo, que todos os homens são magos no sentido último da palavra, pois todos podem utilizar o divino poder criador, seja através do pensamento, palavra ou acção.
• Magia sexual: Agrupam-se neste item diversos sistemas (Thelemita, gnóstico, etc.) que representam uma versão ocidental da Tantra. A base destes sistemas é a concepção que o sémen do homem e a vulva da mulher são sagrados.
• O.T.O.: A Ordo Templi Orientis, fundada por Theodore Reuss e Karl Kellner no princípio do Séc. XX baseou-se inicialmente na aplicação dos conhecimentos do Tantra sobre o sistema da Maçonaria. Quando o ocultista inglês Aleister Crowley passou a ter o controlo da ordem, os seus rituais e filosofia básica foram reformulados para serem interpretados e trabalhados sob a chamada Lei de Thelema. A O.T.O. acabou por ser a origem de diversas dissidências que adoptaram diferentes visões sobre a magia. Dentre as dissidências que realizam um trabalho considerado sério podemos citar a Ordo Templi Orientis Antiqua (O.T.O.-A.) e a Tiphonian Ordo Templi Orientis (T.O.T.O.).
• Magia Luciférica: Este sistema é desenvolvido por uma fraternidade chamada "Fraternitas Saturni". É um sistema parecido com o da O.T.O., centralizando as suas práticas na magia sexual (em especial nas práticas da "mão esquerda") e em magia ritualista. A diferença principal em relação a O.T.O. é que, enquanto esta procura a fusão individual com a energia criadora, porém sem uma representação central, a Fraternitas Saturni procura elevar o espírito humano a uma condição de Divindade, representada por Lúcifer. O sistema possui 33 graus.
• Magia Enoquiana: Magia Enoquiana é um sistema simbolicamente complexo, que consiste na evocação de energias (também chamadas de entidades), e foi proposto pelo astrólogo e alquimista John Dee e por Edward Kelley. O sistema foi posteriormente estudado pela Golden Dawn e por Aleister Crowley.
• Magia Musical: Criado por uma renomada ocultista, Juanita Wescott, estudiosa do Sistema de Franz Bardon. O Sistema de Magia Musical faz uso dos mais elevados ensinamentos do Hermetismo e da Cabala, do ponto de vista de Franz Bardon.
• Xamanismo: Sistema que deu origem a diversos cultos e religiões e cuja origem remonta à Idade da Pedra. O Xamã é uma espécie de curandeiro, com poderes mágicos especiais.
• Candomblé: Sistema semelhante ao Vodun (ortografia Beninense) e popular no Brasil. Consiste na invocação de Orixás, Voduns e Nkisis africanos, considerados ancestrais divinizados.
• Vodou: Sistema popular no Haiti é o Vodou Haitiano. Assemelha-se ao Candomblé e ao Vodun africano.
• Voodoo: A palavra Voodoo é usada para descrever a tradição Creole de Nova Orleans.
• Umbanda: Fusão de várias religiões, notadamente a Religião Católica, Pajelança, Catimbó com o espiritismo kardecista, com predominância deste último. Difere do Candomblé, também, por considerar vários tipos de orixás como espíritos de pessoas mortas. Na Umbanda, há a invocação, geralmente, de caboclos e índios, enquanto no Candomblé invoca-se os Orixás.
• Quimbanda: Sistema de magia que trata da invocação de entidades chamadas Exus, podendo-se com a ajuda dessas entidades, fazer tanto o bem quanto o mal.
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